Notícias da Região | Fiscalização
Quinta-feira, 24 de Abril de 2025
Mais de 54 mil litros de bebidas são apreendidos por irregularidades sanitárias no Paraná
Correio do Ar

Auditores fiscais federais agropecuários apreenderam mais de 54 mil litros de vinhos, cachaças e vinagres durante a Operação Sangria III, realizada em Bituruna, município do Sul do Paraná, conhecido como a capital do vinho. Avaliados em mais de R$ 1 milhão, os produtos apresentavam graves irregularidades sanitárias, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Análises laboratoriais detectaram a presença de carbamato de etila, substância cancerígena, em concentrações quase cinco vezes superiores ao limite legal permitido em destilados. Além disso, a operação identificou o uso de ingredientes proibidos e condições precárias de higiene no setor de produção de vinagres, que foi interditado cautelarmente.
Coordenada por auditores do Serviço Regional de Operações Avançadas de Fiscalização e Combate a Fraudes e Clandestinidade (Serfic/Dipov) e da Coordenação de Operações e Pronta Resposta (Coresp/Dtec) do Mapa, a ação contou com apoio da Polícia Militar e da Delegacia de Crimes Contra a Economia e Proteção ao Consumidor (Delcon), da Polícia Civil do Paraná.
Entre as irregularidades encontradas, estavam o uso de vinhos vencidos armazenados em recipientes reutilizados de produtos sanitizantes, bem como a aplicação de corantes e aromas artificiais não autorizados. No setor de vinagres, foram constatadas falhas como equipamentos inadequados, armazenamento irregular e ausência de controle sanitário, o que, segundo os auditores, configura risco à saúde pública
A operação também foi marcada por momentos de tensão. Um dos sócios da empresa, que em 2019 havia ameaçado auditores com arma de fogo durante uma fiscalização, voltou a se exaltar com os servidores federais. A situação exigiu a intervenção do delegado da Delcon e reforço da Polícia Militar para garantir a segurança dos profissionais.
As amostras recolhidas foram encaminhadas a laboratórios oficiais do Mapa para análises complementares. As empresas autuadas poderão responder por infrações que resultam em multas de até R$ 117 mil, além de estarem sujeitas à cassação de registros e responsabilização criminal. A reincidência de práticas ilícitas reacende o alerta sobre a vulnerabilidade dos fiscais em campo.
Para o presidente do Anffa Sindical, Janus Pablo Macedo, operações como a Sangria III são fundamentais para proteger a saúde da população e preservar a integridade da produção agropecuária nacional. “A fiscalização exercida pelos auditores fiscais federais agropecuários é uma barreira essencial contra fraudes que colocam em risco o consumidor e comprometem a imagem de setores produtivos sérios e regulamentados”, afirmou.
Fonte: CGN por OBemdito com informações da assessoria