Variedades | Reações do corpo humano
Terça-feira, 15 de Abril de 2025
Por que bocejamos quando vemos alguém bocejar?
Correio do Ar

Você já reparou que, ao ver outra pessoa bocejar, é quase impossível não fazer o mesmo? Esse fenômeno, aparentemente simples, intriga cientistas há anos e envolve fatores sociais, psicológicos e até neurológicos.
O bocejo, por si só, é uma resposta natural do corpo, geralmente associada ao sono, tédio ou necessidade de aumentar a oxigenação do cérebro. No entanto, o bocejo contagioso — aquele que acontece ao vermos ou ouvirmos alguém bocejar — é muito mais complexo e está ligado a um traço exclusivamente humano (e de alguns outros mamíferos): a empatia.
Pesquisas indicam que a tendência de bocejar ao observar outra pessoa fazendo o mesmo está diretamente relacionada à nossa capacidade de nos colocar no lugar do outro. Crianças pequenas, por exemplo, só começam a apresentar esse comportamento por volta dos 4 a 5 anos de idade, justamente quando começam a desenvolver a empatia de forma mais evidente.
Estudos com ressonância magnética mostram que áreas do cérebro ligadas à empatia, como o córtex pré-frontal e o sistema límbico, são ativadas durante o bocejo contagioso. É como se o nosso cérebro “espelhasse” a ação do outro, reproduzindo-a automaticamente.
Esse comportamento também é observado em alguns animais sociais, como chimpanzés, cães e lobos, o que reforça a ideia de que bocejar em grupo pode ter uma função evolutiva. Em ambientes selvagens, por exemplo, bocejar coletivamente poderia servir para sincronizar os ciclos de sono e vigília de um grupo, garantindo maior segurança.
Apesar de não haver uma explicação definitiva e única, a teoria mais aceita atualmente é a de que o bocejo contagioso é uma forma inconsciente de conexão social. É um pequeno reflexo do quanto nossos cérebros estão ligados uns aos outros, mesmo em ações aparentemente banais.
Ou seja, da próxima vez que você bocejar só porque alguém bocejou, lembre-se: isso pode ser apenas seu cérebro mostrando que você é mais empático do que imagina.